sábado, 26 de julho de 2008
Expressões da Nossa Língua
Se você sempre quis saber por que falamos coisas do tipo, “neguinho acha que tá na Casa da Mãe Joana” ou então enche o peito pra falar “Quem tem boca, vai a Roma!”, preste bastante atenção nas informações abaixo:
1 - Não é “enfiou o pé na jaca“, mas sim, “enfiou o pé no jacá” - Antigamente, os tropeiros paravam nas vendinhas, a meio caminho, para tomar uma pinga. Quando bebiam demais, era comum porem um pé no estribo e, quando jogavam a outra perna, para montar no seu animal, erravam, e pisavam no cesto de bambu. Por isso, quando alguém bebia demais, dizia-se que ele enfiou “o pé no jacá”. Jaca, fruta, não tem nada com isso. Apesar da novela da Globo. Jacá = s. m., Brasil, nome de cesto construído com bambu, geralmente colocado sobre animais para o transporte de queijo, carne, peixe, frutas etc … (há também os famosos cristais de Jacá).
2 - Diz-se: ”Batatinha quando nasce, esparrama pelo chão.” Enquanto o correto é: - ‘Batatinha quando nasce, espalha a rama pelo chão …’
3 - No popular, se diz: ‘Cor de burro quando foge’. O correto é: - ‘Corro de burro, quando foge!’
4 - Outro que - no popular - todo mundo erra: ‘Quem tem boca vai a Roma’. O correto é: ‘Quem tem boca vaia Roma’.
5 - E ainda: - ‘É a cara do pai escarrado e cuspido’ - quando alguém quer dizer que é muito parecido com outra pessoa. Correto: ‘É a cara do pai em Carrara esculpido ‘ (Carrara é um tipo de mármore, qualidade superior, extraído na região da cidade de Carrara - Itália).
6 - Mais um famoso: ‘Quem não tem cão, caça com gato“… O correto é: - ‘Quem não tem cão, caça como gato”… (ou seja, sozinho!).
7 - ‘NAS COXAS’. As primeiras telhas usadas nas casas aqui no Brasil eram feitas de argila, e eram moldadas nas coxas dos escravos que vieram da África. Como os escravos variavam de tamanho e porte físico, as telhas acabadas ficavam desiguais, devido aos diferentes tipos de coxas. Daí a expressão “feito nas coxas”, ou seja, de qualquer jeito.
8 - ‘VOTO DE MINERVA.’ Orestes, filho de Clitemnestra, foi acusado do assassinato de sua mãe. No julgamento, houve empate entre os jurados. Coube à deusa Minerva o voto decisivo, que foi em favor do réu. Voto de Minerva é, portanto, o voto decisivo.
9 - ‘CASA DA MÃE JOANA’. Na época do Brasil Império, mais especificamente durante a menoridade do Dom Pedro II, os homens que realmente mandavam no país costumavam se encontrar num prostíbulo do Rio de Janeiro, cuja proprietária se chamava Joana. Como esses homens mandavam e desmandavam no país, a frase “casa da mãe Joana” ficou conhecida como sinônimo de lugar em que todos dão palpites.
10 - ‘CONTO DO VIGÁRIO.’ Duas igrejas de Ouro Preto receberam uma só imagem de santa como presente. Para decidir qual das duas ficaria com a escultura, os vigários contariam com a ajuda de Deus, ou melhor, de um burro. O negócio era o seguinte : Colocaram o burro entre as duas paróquias e o animal teria que caminhar até uma delas. A escolhida pelo quadrúpede ficaria com a santa. E foi isso o que aconteceu; só que, mais tarde, descobriram que um dos vigários havia treinado o burro. Desse modo, “conto do vigário” passou a ser sinônimo de malandragem.
11 - ‘FICAR A VER NAVIOS’. Dom Sebastião, rei de Portugal, havia morrido na batalha de Alcácer-Quibir, mas seu corpo nunca foi encontrado. Por esse motivo, o povo português se recusava a acreditar na morte do monarca. Era comum as pessoas afluirem ao Alto de Santa Catarina, em Lisboa, de onde se avistava o porto, para esperar pelo rei. Como ele não voltava, o povo “ficava a ver navios”.
12 - ‘NÃO ENTENDO PATAVINAS.’ Os portugueses tinham uma enorme dificuldade para entender o que falavam os frades italianos patavinos, originários de Pádua, ou Padova; sendo assim, não entender patavina significava não entender nada.
13 - ‘DOURAR A PÍLULA.’ Antigamente as farmácias embrulhavam as pílulas em papel dourado, para melhorar o aspecto do remedinho amargo. A expressão dourar a pílula, significa melhorar a aparência de algo. 14 - ‘SEM EIRA NEM BEIRA.’ Os telhados de antigamente possuíam eira e beira, detalhes que conferiam status ao dono do imóvel. Possuir eira e beira era sinal de riqueza e de cultura. Não ter eira nem beira significa que a pessoa é pobre, está “sem grana”.
15 - ‘O CANTO DO CISNE.’ Dizia-se que o cisne emitia um belíssimo canto pouco antes de morrer. A expressão canto do cisne representa as últimas realizações de alguém.
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