Então

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Eduardo Lourenço de Faria


pobreza en el Amazonas - alfredo moffatt

Inimagináveis injustiças
"A exclusão não é nova: novo é o contraste entre as capacidades inimagináveis de produção de riqueza e as inimigináveis injustiças na sua distribuição."




O Tempo...
" (...) O tempo não se mede tanto em termos de ordem cronológica banal, exterior, mas pelas intensidades do tempo que vivemos. À medida que se envelhece, aquilo que fomos, como passado, adquire um relevo, uma força, uma presença que o próprio presente não tem. A nossa vida é projecto (...)."




Ser o Outro...
"(...) É na capacidade de criar qualquer coisa que se experimenta a liberdade. (...) A palavra, diz-se, a obra faz-se. (...) Sendo a nossa vida nós, a obra de criação está fora de nós e é melhor que nós. Um poema, uma pintura, uma obra de arte. Estes três momentos são uma espécie de condição transcendental para que uma vida tenha realmente sentido. A vida humana é qualquer coisa que tem de ser superada. Nietzsche, nisso, tinha razão, quando dizia: 'Viver é superar-se continuamente.' Ou ter a vontade de se superar continuamente e saber que nunca se atinge aquilo que ele próprio explicou. Isso é a primeira condição para se ter uma vida. Depois é o conteúdo dessa vida. O indivíduo é uma abstracção. O indivíduo não existe. O que existe é a relação dele com o outro. Essa relação com o outro faz parte dele próprio, mas pode ser dividida com aquilo que realmente significa, que é ser o outro, ser apenas o não eu. (...) Essa relação criadora, independentemente do sexo, é a relação de amor. Se se falha, se não se tem, se se atravessa a vida sem conhecer, nem que seja um segundo, então a pessoa falhou a sua vida (...)."


Eduardo Lourenço de Faria (São Pedro de Rio Seco, 23 de Maio de 1923) é um ensaísta, professor universitário, filósofo e intelectual português. Intérprete maior das questões da cultura portuguesa e universal, Eduardo Lourenço é tido como um dos mais prestigiados intelectuais europeus.

Um comentário:

Anônimo disse...

genial este texto. bjs Denise