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Escritor foi a estrela do 3º Festival da Mantiqueira, em SP
Poeta maranhense vence a edição 2010 da mais importante premiação da literatura portuguesa
Do outro lado da linha, Antônio Carlos Secchin, escritor e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, passou-lhe a boa notícia - Gullar vai ganhar a quantia de 100 mil euros. Em seguida, ele conversou com a ministra portuguesa de Cultura, Gabriela Canavilhas. "Jamais esperei ganhar algum prêmio, especialmente esse", comentou o poeta, que completa 80 anos no dia 10 de setembro.
Em 2002, Secchin liderou a inscrição de Gullar para o Prêmio Nobel de Literatura. A contragosto, o poeta aceitou o processo, que é conduzido por terceiros e não pelo indicado. "Será a segunda vez em minha vida que participo de um concurso: a primeira foi em 1950, quando ainda vivia em São Luís e inscrevi um poema (O Galo) na disputa de um prêmio do Jornal de Letras, do Rio de Janeiro", disse ele, na época.
Questionado pelo Estado se agora, com o Camões, ele considera que o caminho para o Nobel está facilitado, Gullar desconversou. "Sou como o periquito da Rua da Alegria, não ganho nada", brincou ele, que se prepara para lançar um livro inédito de poemas, Em Alguma Parte Alguma.
"É a poesia que estava em alguma parte da vida", disse ele no último domingo, quando foi a estrela do 3.º Festival da Mantiqueira, em São Francisco Xavier, onde foi ovacionado, especialmente por frases como "A arte existe porque a vida, por si só, não basta".
Desde o último domingo, Ferreira Gullar participa da Viagem Literária, programa da Secretaria Estadual da Cultura que leva escritores para diversas cidades do interior paulista. No domingo, ele passou pela biblioteca de Monteiro Lobato. Nesta segunda-feira, foi a vez de São Bento do Sapucaí e, nesta terça, 1º, será a de Pindamonhangaba e Guaratinguetá. "Agora, a assistência deverá ser maior", brincou o escritor.
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