Ana das Carrancas foi uma das maiores artesãs de Pernambuco.
Seu trabalho com as carrancas, peças colocadas nas proas das embarcações para espantar o mau-olhado, tem repercussão nacional e internacional.

Quando chegou em Pernambuco era conhecida como Ana do cego, retirante vinda do Piauí, que por 3 meses viajou com a família durante a noite, para fugir do calor e do sol, e de dia descansava e procurava com o que se alimentar. Nunca aceitou que o marido, que é deficiente visual, fosse pedinte. Insistiu em trabalhar para sustentar a família, e começou a fazer louça para vender. Virou Ana louceira, mas a vida continuava difícil. Ganhava pouco com a venda das louças, e o preço da argila subia na praça. Para não parar de trabalhar, passou a buscar argila no rio São Francisco.
Para sustentar o marido portador de deficiência visual, a retirante Ana dos Santos começou a fazer carrancas de barro.

Para homenagear o esposo, as obras sempre apresentavam os olhos furados.

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