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quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Antonio Dias



Antonio Dias, um dos mais consagrados nomes da arte contemporânea brasileira, nos últimos meses tem estado com freqüência na capital paulista, para cumprir intensa agenda de compromissos. O artista paraibano, que vive entre o Rio de Janeiro e Milão, além de participar da 29ª Bienal de São Paulo, realizou este ano uma grande individual na Pinacoteca do Estado (11 de setembro a 07 de novembro). Agora, apresenta seus novos trabalhos nesta exposição que anuncia a sua entrada no elenco da Galeria Nara Roesler. A mostra reúne seis pinturas inéditas, em grandes formatos, concebidas em 2009/2010.

Segundo Sonia Salzstein o conjunto de pinturas recentes de Antonio Dias, aparentemente, mantém-se no rumo tomado pelo artista desde meados da década de 1980. “São trabalhos que confirmam procedimentos característicos do que ele iniciava naquele momento: a justaposição de telas de diferentes dimensões, de modo que da articulação de dois ou mais módulos resultam vãos, “vazios”, estes, por sua vez, imantados pela estrutura em grelha da obra (o que sugeria seu prolongamento virtual por todo o espaço); a lida com uma pintura, por assim dizer, ready-made, que prescinde de pincéis e declara ostensivamente seu deslocamento do ambiente do ateliê; uma efervescência de técnicas (ou anti-técnicas) de pintura que não se assenta na maior ou menor plasticidade dos materiais, mas em processos físico-químicos, na evidência objetiva das reações entre elementos minerais, pigmentos e aglutinantes”, escreve a crítica. 

Antonio Dias (1944, Campina Grande, Paraíba), ex-aluno de Goeldi, em 1965 participa da emblemática mostra Opinião 65, no MAM, Rio de Janeiro, quando também realiza a sua primeira exposição individual na Europa, em Paris, onde ganha o prêmio de pintura na IV Bienal, e ainda, no mesmo ano, o Prêmio Jovem Desenho Brasileiro do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo.

Com estes destaques conquistados já no princípio de sua carreira e ao mudar-se em 1968 para Milão e posteriormente ter residência oficial em Colônia, na Alemanha – sem, contudo, abandonar seu ateliê na cidade italiana e sua ligação com o Rio de Janeiro –, o artista alcançou rapidamente relevante projeção internacional. Ao longo de 40 anos, Antonio Dias realizou numerosas exposições individuais e participou de muitas coletivas no Brasil e no exterior. Em sua poética, política, sexualidade, morte, reflexões sobre a natureza da arte são algumas das questões que tecem uma produção singular no cenário contemporâneo internacional.

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