Monsieur Paroles e o Tambor
Por Theófilo Silva
O Senhor Lafeu teve um rápido encantamento por Monsieur Paroles. Ele o conheceu no palácio do rei da França, onde Paroles, elegantemente vestido e portando uma belíssima espada, narrou suas viagens e as batalhas que travou.
O fato é que Paroles é a segunda pessoa de um conde irresponsável que abandona a esposa e parte com Paroles em busca de aventuras. Antes da viagem, Lafeu pede a Paroles que interceda com o conde para que não parta para a Itália abandonando sua mulher.
É então que surge o verdadeiro Paroles. Trata desdenhosamente Lafeu, chegando mesmo quase a desafiá-lo para um duelo. E diz que “só não o faz por este já ser um velho”. Lafeu é um respeitado cavalheiro da Corte e enfrenta Paroles sabiamente, dizendo: “durante duas refeições, achei que eras uma pessoa suficientemente sensata. Depois suspeitei que não eras navio de grande porte”. E arremata: “A não ser para que te prendam, para nada mais serves”. E se despede: “Deus tenha pena de ti, covarde! Adeus, porta quebrada; nenhuma necessidade tenho de abrir-te, pois enxergo através de ti. O único título que mereces é o de sem-vergonha”.
Esse foi apenas o começo das desgraças do empavonado Paroles que, claramente, não tem nenhuma força para permanecer na Corte. Lafeu brinca, dizendo que Paroles é um ladrão vulgar e o acusa de ter “roubado um caroço de romã”. Na saída, Paroles reencontra o espirituoso Lavache que já o conhece de outros tempos. E é Lavache quem faz a mais perfeita descrição do caráter e da personalidade de Monsieur Paroles. Diz ele: “Inúmeras vezes a língua de um homem lhe decide a perda. Nada falar, nada fazer, nada saber, eis aí a maior parte de vossas qualidades”. Brilhante, não! Leia na íntegra no blog do Washington Barbosa
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