Então

terça-feira, 26 de abril de 2011

Antonio Veronese's Faces-Last exhibition in Paris-




Other Veronese's exhibitions:Unesco Paris,Musée Historique de ST-Cloud,United Nations,Foundation Paîdos,Musée National de Beaux Arts,Musée Asago,Mairie du 6ème,Musée Rousseau,Grand Palais...


For more information :www.antonioveronese.over-blog.com

domingo, 24 de abril de 2011

A todos uma Feliz Páscoa


Páscoa é o sim ao amor e a vida; é fraternidade, é solidariedade... A todos uma Feliz Páscoa

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Um azeite para cada prato





O jornalista perugino Maurizio Pescari, que escreve sobre azeites no jornal italiano Corriere della Sera e é o crítico responsável pela seção de azeites do guia Gulosi, indicou, a pedido do Paladar, as melhores combinações do ingrediente com alguns pratos. Leia a seguir:
Peixes vão bem com azeites da Ligúria, que são muito delicados
Carnes assadas na brasa com algum azeite da Toscana feito a partir da variedade de azeitona Moraiolo, que tem um toque picante e bastante personalidade
Legumes harmonizam perfeitamente com os azeites da Úmbria, capazes de revelar o doce e o amargo ao mesmo tempo, o que realça o sabor dos legumes
Verduras e salada verde
ficam bem se temperados com azeites da Calábria, muito leves, com sabor que curiosamente faz lembrar os tomates e portanto fazem par perfeito para os verdes
Salada cítrica acompanhada de um azeite da Sicília, extraordinário, com boa acidez, picante e um pouco amargo

Especialista denuncia que 'extravirgem' é aplicado tanto ao bom azeite quanto àquele tratado como commodity


por Patrícia Ferraz
PERÚGIA, ITÁLIA
Tom Mueller, jornalista e autor do livro Extra Virginity

Extra Virginity só sai em dezembro, mas os italianos já falam dele como a história criminal do azeite na Itália. Explica-se: o livro é desdobramento de um artigo que o jornalista americano Tom Mueller escreveu para a revista New Yorker, em 2007, mostrando as fraudes na produção de azeite.
Formado em Harvard, doutorado em Oxford e colaborador de publicações importantes nos Estados Unidos, Mueller resolveu aprofundar as investigações sobre a história e a cultura do azeite na Itália, onde vive com os filhos e a mulher italiana. As fraudes são apenas parte da história, como explicou na entrevista ao Paladar concedida em Perúgia, na semana passada.
Afinal, Extra Virginity trata de qual aspecto do azeite?
O livro é essencialmente sobre os dois tipos de produtores de azeite que existem: aquele que cultiva as azeitonas, colhe a fruta, leva para o moinho e faz um azeite maravilhoso e o que trata o azeite como uma commodity industrial. Infelizmente, ambos usam no rótulo o mesmo termo "extravirgem". Meu foco é a Itália, maior vendedor mundial de azeite, maior consumidor, importador e exportador.
O que é um bom azeite?
Azeite é um suco de fruta. E como qualquer suco, quanto mais fresco, melhor. O problema é que não há como saber o quanto ele é fresco, porque os rótulos não trazem a data de produção. A data de validade é estabelecida a partir do engarrafamento, não da extração do azeite. E o que acontece é que esse azeite pode ter sido guardado por dois ou três anos antes de ser engarrafado. Ou seja, você compra um azeite de três anos que ainda tem mais um ano de validade, mas está muito longe do ideal.
Como se faz um bom azeite?
O que os melhores produtores têm em comum é a velocidade. A chave do processo está em reduzir o tempo entre a colheita da azeitona e a extração do azeite. Isso deve ser feito em algumas horas, e o uso de equipamentos modernos faz diferença, porque o que se quer é reduzir a exposição da azeitona ao oxigênio, que deteriora a fruta.
Você está condenando os métodos tradicionais de produção?
Tradição é uma coisa a ser preservada, mas não na produção de azeite. A centrífuga de aço inox é melhor que a prensa porque reduz o contato com o ar. Moedor de aço é mais eficaz que o moinho de pedra que servia para a Roma antiga. E o barril de aço inox é o lugar ideal para guardá-lo antes de engarrafar.
Qual é o prazo ideal para consumir um azeite?
Deve-se ter em mente que o azeite não é como o vinho, que melhora na garrafa. O azeite, desde o momento da extração, só piora. Quanto vai durar, depende da quantidade de antioxidantes naturais, os polifenóis. Alguns até podem durar dois anos, mas o ideal é comprar o azeite no máximo até 12 meses após a extração.
No paladar, como podemos reconhecer um azeite fresco?
Ele tem de parecer fresco - e isso não é maneira de dizer, é lei. Precisa lembrar a fruta fresca, no caso, a azeitona (mas não a azeitona curada, que é processada e tem outro sabor). O azeite extravirgem é proibido por lei de apresentar qualquer gosto ruim, como ranço, mofo, sabor metálico - se não me engano, a lei especifica 19 defeitos.
Como se escolhe um azeite?
As pessoas devem começar a pensar em azeite da mesma forma que pensam em vinho: você pede um Cabernet, ou um grande tinto para harmonizar com a carne. Deve fazer o mesmo com o azeite. Para combinar com a carne, escolha um azeite forte e intenso da Úmbria, Toscana, Sicília ou Califórnia. Se usar esse mesmo azeite num peixe delicado, você vai destruir um grande azeite e um grande peixe... Para escolher um azeite, você precisa saber como quer usá-lo.
As embalagens modernas de aço inox, a vácuo e tipo longa vida funcionam para o azeite?
Uma empresa na Áustria está produzindo latas ótimas que, além de bonitas e muito leves, são à prova de luz, vedam bem. Mas, no caso do azeite, acho que funcionam também aquelas embalagens menos elegantes chamadas bag-in-box.
O barril para venda de azeite é uma boa solução?
Nos Estados Unidos está virando moda vender azeite diretamente do barril de carvalho. O consumidor leva a própria embalagem à loja. Teoricamente, é ótimo, porque o carvalho conserva melhor que a garrafa. Alguns bares de azeite também o mantêm em barril. Aliás, esses bares são interessantes, porque têm variedade - em geral, quem faz a seleção viaja o mundo em busca de bons produtos. Isso encoraja as pessoas a provar.
Dizem que vai acontecer com o azeite o mesmo que ocorreu com o vinho...
Não sei se vai, mas acho que pode acontecer. Há 35 anos, nos Estados Unidos, onde eu vivia, as pessoas conheciam três tipos de vinho: branco, tinto e rosé. Agora há incrível variedade, o consumidor conhece as uvas, se interessa.
Por que você diz que os preços do azeite estão irreais?
Estão artificialmente baixos porque muita coisa que tem sido vendida como azeite extravirgem não é. Muito azeite de péssima qualidade, feito na Espanha, no sul da Itália, no Norte da África e vendido como azeite extravirgem, é óleo desodorizado (processo usado para mascarar o aroma e o sabor deles). O processo, obviamente ilegal, é muito difícil de ser detectado, mesmo em laboratório.
O preço tem relação com as fraudes?
Em larga escala, as fraudes dificultam a vida do produtor honesto. Os fraudadores fazem péssimos óleos a preços baixíssimos e impedem a sobrevivência dos produtores honestos. 
azeite

Sedoso... e irritante. Contraditório? Não, o bom azeite tem as duas características. E como o vinho, tem de harmonizar com a comida. O Paladar ouviu especialistas, aqui e lá fora


por Patrícia Ferraz e Olívia Fraga 

O bom azeite é irritante. Faz tossir, coça a garganta, pizzica, como dizem os italianos. Azeite extravirgem é limpo, sedoso e tem um sabor claro que lembra a clorofila dos vegetais. Mas para sentir essas sensações você precisa colocar na boca um dos bons, feito com azeitonas cultivadas com rigor e prensadas poucas horas depois de colhidas. É isso que garante o frescor, primeira definição de qualidade de um azeite extravirgem.
O sabor é outra coisa. Depende da variedade da azeitona, do terroir e da maneira como foi processada. Frantoio, moraiolo, arbequina, cailletier, calamata. Cada uma tem suas peculiaridades e dá origem a azeites de sabores bastante distintos.
"A moraiolo produzida na Toscana não é replicável", diz Gianpiero Cresti, diretor da Olivicultori Toscani Associati, uma cooperativa que produz 30% do azeite da região italiana. Nem a grega calamata, ou a francesa cailletier, ou a arbequina espanhola.
Você pode nunca ter ouvido falar dessas variedades de azeitona, mas se as previsões se confirmarem, em alguns anos é provável que consiga identificá-las apenas aproximando o azeite do nariz ou experimentando um pequeno gole. Ao que tudo indica, a familiaridade das pessoas com o azeite será comparável à que se vê hoje em relação aos vinhos, como diz o jornalista americano Tom Mueller, especialista em azeites, na entrevista abaixo.
Duvida? É só lembrar de quando Chardonnay e Cabernet não soavam assim tão diferentes - hoje é impossível confundir essa casta branca com essa tinta absolutamente populares. E com certeza você sabe que prato combinar com cada um destes vinhos.
Por enquanto, não precisa decorar as variedades de azeitona nem sua procedência. Basta saber que extravirgem tem de ter menos de 0,8% de acidez e que existem azeites suaves, intensos, rústicos, delicados, complexos... E só há uma maneira de conhecê-los: provando.
No Brasil, a oferta tem aumentado, mas ainda é difícil encontrar produtos artesanais de qualidade. O que predomina são os azeites industrializados, produzidos em larga escala, especialmente espanhóis, italianos e portugueses. Os poucos azeites artesanais disponíveis nas prateleiras chegam a preços elevadíssimos, como vai ver à página 6.
Os azeites, assim como os vinhos, devem ser combinados com a comida. E também têm seus princípios de harmonização. "O azeite certo valoriza um prato. Mas se usar o errado, pode arruinar a comida e o próprio azeite", explica Maurizio Pescari, que escreve sobre o ingrediente no jornal Corriere della Sera e é o crítico responsável pela seção de azeite do guia italiano Gulosi.
Pescari não precisou nem pensar para responder quais as melhores combinações entre pratos e azeites da Itália - apontadas na página ao lado. E garantiu que tem apenas um alimento que vai bem com azeite de qualquer tipo ou região: pão.
O Paladar comprovou a teoria de Pescari visitando produtores de azeite nas regiões italianas da Úmbria e da Toscana na semana passada. Na prova, o azeite era sempre apresentado ao lado de uma fatia de pão de campanha quentinho - o pão dessas duas regiões italianas, assim como no Lácio e no Abruzio, não tem sal por uma razão histórica: o papa Paulo III, em 1540, taxou o sal e as quatro regiões, em protesto, passaram a prepará-lo sem sal. A tradição se perpetuou. E por ali eles garantem que sem sal o pão exibe melhor as qualidades do azeite.

Prima prensa não é o que você pensa
Quando alguém disser que "azeite de prima prensa" é melhor porque é o primeiro suco que sai quando a azeitona começa a ser prensada, desminta. O termo refere-se ao azeite feito com a primeira leva de azeitonas da safra - na Itália, as colhidas no início de outubro, quando não estão muito maduras. Têm menos suco e sabor mais intenso. Daí a fama e o preço. 

fonte: O Estado de S.Paulo 

quarta-feira, 20 de abril de 2011

György Ligeti - atmosphères / Rattle · Berliner Philharmoniker



György Sándor Ligeti (Dicsőszentmárton28 de maio de 1923 —Viena12 de junho de 2006) foi um compositor húngaro judeu, amplamente considerado como um dos mais notáveis compositores de música erudita do século XX. Sua obra mais famosa é a ópera Le Grand Macabre. Também é conhecido por algumas músicas das trilhas sonoras de filmes como 2001: Uma Odisséia no Espaço e Eyes Wide Shut.
Leia mais aqui

O elogio a vaidade





Lula Falcão


O fato de que qualquer pessoa pode morrer a qualquer momento e que se não for agora ou daqui a alguns anos será algum dia, torna espetacular o fato de tudo continuar andando e funcionando normalmente no mundo. Mais do que isso, é impressionante a quantidade de planos para o futuro quando se sabe que o único futuro que nos espera é a morte. Alguém pode explicar tal comportamento com a imortalidade da alma, mas se pegarmos os ateus veremos que são do mesmo jeito: planejam, pesquisam, fabricam, constroem, estudam, trabalham, fazem um monte de coisas como se fossem ficar aqui para sempre. 

É claro que muita gente percebe isso e detona a vida, como se ela fosse para arder, não para durar, como já observou um desses caras bons de frases. Mas daí para a vadiagem é um passo. O sujeito pensa: Se vou morrer porque devo me mexer muito. É umas. Mas se todo mundo pensasse assim, desde o início dos tempos, ainda estávamos sem fogo, sem roda e sem I-Phone.

Nessa questão, a vaidade explica muita coisa. Mais do que religiões. As pessoas querem deixar algo escrito, construído, esculpido, pintado, descoberto, embelezado, etc tal, porque sonham com a posteridade. Não querem ser esquecidas depois de mortas. Embora o defunto não possa usufruir dessas recompensas e elogios, o sujeito aproveita a sensação enquanto vivo. Pelo menos sonha com um velório concorrido, uma nota de jornal, uma biografia ou mais modestamente com uma foto sua no álbum do neto.

Entre os artistas e intelectuais, a finitude parece mais sentida e mais curtida, mesmo porque vem sempre acompanhada de Psicanálise, Filosofia e Literatura. O certo é que, para essas pessoas, especialmente as que hoje são mortas e famosas, a realidade do fim tornou-se também material de trabalho. Basta ler um pouquinho de Spinoza e de outros menos votados para descobrir que é mais ou menos assim. O ser angustiado diante da morte aprofunda mais seus pensamentos em torno de um assunto que a maioria prefere deixar de lado. 

Para resumir, é a vaidade, mesmo escondida, a grande responsável pela civilização. Sem ela, multidões de seres humanos estariam aos prantos, nos braços do desespero, sem qualquer projeto ou saída, apenas esperando dolorosamente o inevitável. 


no @_Lulafalcao 

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Nós, os pterodátilos





LUIZ FELIPE PONDÉ 
Como deixar uma "prova fóssil" do fracasso afetivo de nossa espécie? Isso é completamente impossível
UM DIA a espécie humana desaparecerá pelo menos tal como a conhecemos. Não, não me converti ao bloco dos maníacos de 2012 ou ao fanatismo verde.
Falo de "ciência". Falo da peça "Pterodátilos", em cartaz no Teatro Faap, com Marco Nanini e maravilhoso elenco. Trata-se de um texto que finca suas bases numa interpretação poética trágica da teoria evolucionista.
Você sabe, caro leitor, que o mundo está dividido entre aqueles ingênuos que acham que mãe é sinônimo de amor e aqueles realistas que sabem que existem mães que não deveriam ser mães. Sim, existem mães predadoras de filhos.
Não existe tal coisa como instinto amoroso materno universal. Algumas mães vivem a maternidade como destruição sistemática de seus filhos. E quase sempre essa anulação afetiva dos filhos vem travestida de "amor".
Mas qual seria a relação entre isso e o darwinismo? Calma, tome mais um gole de café. Coma um pãozinho quentinho. Mas não se esqueça da silhueta e que se você engordar uns quilinhos, você vai perder valor no mercado dos afetos...
O antropólogo americano Ernest Becker, escrevendo uma obra na fronteira entre darwinismo e psicanálise nos anos 60 e 70, já havia apontado para um fato importante com relação à espécie humana: somos a única espécie que além de enfrentar um meio ambiente externo, tem que enfrentar um meio ambiente interno.
Mente, psiquismo, cérebro, alma, tanto faz como você chame, vivemos em dois mundos, um material, físico, externo, e um outro, composto de experiências internas tais como afeto, ideias, reflexões, medos, esperanças. Este é o meio ambiente interno.
Ao longo de nossa trajetória evolucionária de milhares e milhares de anos (é sempre bom lembrar esse pequeno detalhe para essa moçada que acha que a vida começou com a Revolução Francesa ou com Marx e Foucault ou com o "Capital"), nós nos adaptamos a um equilibro sofisticado de pesos e contrapesos afetivos, dependentes de como somos tratados e de como tratamos os outros além, claro, da constante agressão do meio ambiente, este mesmo que os fanáticos verdes acham que é feito de substância angelical.
Um modo comum de se referir a este mundo interno é "emotional bonds" (laços emocionais ou afetivos). Claro que uma relação sofisticada e sutil entre pensamentos e afetos também faz parte deste "mundo". Daí decorre o modo de como reagimos ao meio ambiente social e psicológico.
Dizem os darwinistas, mesmo a vida moral (isso que hoje está na moda chamar de "valores", apesar de que todo mundo mente sobre esses tais "valores") é fruto desses "emotional bonds".
Penso como o dramaturgo romeno Ionesco: é a condição humana que determina a condição social e não o contrário. Acho que a teoria evolucionista captura melhor essa condição humana do que o blábláblá das ciências sociais.
Voltemos à peça. Pterodátilo era um tipo de pássaro pré-histórico. Um tipo de dinossauro com asas. Durou muito tempo. De repente sumiu. Por quê? Ninguém sabe.
Na peça a analogia entre a família protagonista e essas aves extintas é a chave da interpretação poética trágica da evolução humana. Um dia também podemos sumir sem "causas aparentes". Como deixar uma "prova fóssil" do fracasso afetivo da espécie? O fracasso afetivo é invisível, mas palpável como a dor.
A mãe da família (interpretada maravilhosamente por Mariana Lima) é a chave do processo de "extinção" da família-humanidade. Uma mãe predadora dos filhos. Tema datado? Nem tanto. O horror é sempre um clássico, mesmo para os cínicos.
Egoísta, desequilibrada, fútil (esquece o nome da filha o tempo todo), pedófila, infiel, incestuosa com o filho gay (aliás, a temática homossexual surge no enredo de modo dramático, estranho para uma época como a nossa na qual está "proibido pensar" no homossexualismo para além de "é lindo"), promíscua, enfim, um fracasso afetivo que reproduz seu fracasso em "escala evolucionária".
O destino de nossa espécie pode não ser apenas função da devastação de florestas, mas também da devastação do afeto que fica invisível no cotidiano. 



fonte: Folha de S.Paulo

sexta-feira, 1 de abril de 2011

O Passo




foto: Evandro Teixeira  Jornal do Brasil



O PASSO



Restam-me (ainda) sons e
vozes dos passos,
descompasso da insensível
mordaça dos cascos,
desalinho que a cada passo
lança no espaço, no
coração da consciência,
toda arrogância do poder.

Não estou de todo livre dos
passos. Descompassos!
Como rastros (ainda) se alastram!
Sons de cascos reverberam
noutros espaços; noutros lugares…
passos que passam no passo de cascos;
galope que fere com aço a liberdade, fere de
morte a justiça, o direito – toda dignidade.

Não calem as consciências,
nem as canções;
não calem os cantores,
nem os poetas;
não calem as telas,
nem os pintores.
Se calados ficarem
morrerão as flores!

Calem os sons dos passos,
párem a tropeada dos cascos,
estanquem o galope dos aços…
A paz não pode ter espaço para o
cangaço da intolerância,
nem a guerra pode viver como
metáfora da esperança. Dai, pois, o passo.
Sim, mas o passo de uma criança.



© by João Batista do Lago





Um bom poema nunca morre, fica hibernando à espera que alguém o desperte