Então

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Antoni Gaudí




Antoni Gaudí
Quem nunca ouviu falar de Gaudí? Ele é o símbolo de Barcelona, da Catalunha. Os monumentos desenhados por este arquiteto são na maioria muito famosos pelo seu modernismo e exuberância. Algumas obras ainda estão em construção, por causa da complexidade e pormenores, um desses casos é a muito famosa Catedral da Sagrada Família, em Barcelona.







Antoni Gaudi nasceu 25 de junho de 1852, em Reus, Catalunha e morreu 74 anos depois em 1926 na cidade de Barcelona. Começou por seguir o estilo Gótico, mas pouco a pouco desenvolveu o seu estilo, ridicularizado pela maioria dos artistas daquela época. O seu estilo, ligado ao Modernismo Catalão, variante da Art Noveau, conferia ao edifícios uma forma fantástica e estruturas muito complexas. A Art Noveau reconheces-se pela ausência de linhas rectas, que são pelo contrário, extremamente sinuosas e multiplicam-se sucessivamente fazendo desenhos que vocam elementos da Natureza como plantas e animais, como o caracol. Algumas obras chegam a ter um poder quase alucinatório. A maioria das suas obras eram consideradas aberrações e atentados urbanísticos e demasiado ousadas pelos habitantes de Barcelona.




A sua obra mais famosa é sem dúvida a Catedral da Sagrada Família, que ainda está em construção. Incomparável com qualquer outra catedral, é uma das mais desconcertantes obras de sempre. Este gigante edifício é como um gigantesco livro onde vem narrada a história de Jesus Cristo. O edifício deverá contar com três fachadas.



A oriental evocaria o nascimento de Jesus, por ser onde nasce o Sol. A fachada sul será onde se encontra a história da morte de Jesus na cruz por ser onde o Sol se encontra ao meio-dia, quando o Sol está no seu ponto mais alto. A ocidental seria consagrado à ressurreição de Jesus junto de Deus, Seu Pai. Cada fachada terá quatro torres com alturas compreendidas entre os 90 e os 110 metros. Ao total são doze torres que representam os doze discípulos. No centro irá estar outra torre com o dobro da altura da parte da catedral já construída. Terá 170 metros e representará Jesus. Ao seu redor estarão outras cinco torres, cada uma representando Maria, Mateus, Lucas, Marcos e João. A obra está em construção desde 1880 mas foi interrompida pela Guerra Civil Espanhola em 1936. Em 1952 prosseguem as obras e em 1985 é concluída a fachada oriental. A totalidade só acabará em 2025.

































“Há mais eus do que eu mesmo” Fernando Pessoa

Fernando Pessoa

Então, amanhã bem despertos seguiremos conVersando, pois…
entre Outros seguirá o canto…

Entre o sono e sonho,
Entre mim e o que em mim
É o quem eu me suponho
Corre um rio sem fim.

Passou por outras margens,
Diversas mais além,
Naquelas várias viagens
Que todo o rio tem.

Chegou onde hoje habito
A casa que hoje sou.
Passa, se eu me medito;
Se desperto, passou.

E quem me sinto e morre
No que me liga a mim
Dorme onde o rio corre -
Esse rio sem fim.

Fernando Pessoa, 11-9-1933

COPA DE 2014 - Curitiba cidade candidata



O Comitê Executivo do Paraná esteve no gramado da Arena da Baixada, no intervalo entre Atlético e Foz do Iguaçu para apresentar oficialmente a logomarca de Curitiba como sede da Copa de 2014.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Cassandra Wilson - Time after Time

Jean Manzon




Um dos pioneiros do fotojornalismo no país, o francês Jean Manzon registrou o cotidiano político brasileiro nos anos 40 e 50. Até então novidade para o público, as imagens captadas e expostas na revista O Cruzeiro "revelam sem pudor a intimidade do poder”. De Getúlio Vargas, Manzon trouxe à cena seus auxiliares, entre os quais Gregório Fortunato, o guarda-costas que entraria para a história como mandante do atentado a Carlos Lacerda, opositor de Vargas. O episódio desencadeou uma crise que culminou com o suicídio de Vargas, em 1954:













Manzon foi o fotógrafo que maior acesso teve ao grupo de Vargas. Nesta seqüência cinematográfica, Gregório Fortunato – o guarda-costas mais famoso da história do Brasil, conhecido popularmente como Anjo Negro – aparece lendo serenamente o jornal. Em seu livro de memórias, Manzon descreve Fortunato da seguinte forma: ‘O colosso que comanda a guarda privada de Getúlio Vargas usa um chapéu de feltro, de filme americano, e um paletó xadrez de flanela suficientemente grande para caber a 45, que ele carrega num coldre, e mais dois revólveres que ficam enfiados em sua cintura. Quando ele ri, descobre-se uma praia de dentes brancos’.”




Fortunato, assessor de Getúlio, flagrado por Manzon



Porém, reparem: as fotos não são o Brasil visto por Jean Manzon, e sim o Brasil que se deixou amoldar por Jean Manzon. Cínico diante do modelo, com uma petulância que desarmava qualquer um, fazia com que todos, do ditador Getúlio ao mais inocente xavante, recém-saído do neolítico, posassem, nas poses mais extravagantes. As fotos, absolutamente naturais, são cuidadosamente posadas. Ao contrário de Cartier-Bresson, Manzon não espera "o momento decisivo". Ele o constrói.

A notícia em imagens: em plena ebulição econômica, política e social, o Brasil se reformava e Manzon clicava as mudanças da moda (na Praia de Ipanema), do ideal de beleza, do mercado de trabalho (na pose das telefonistas da Companhia Telefônica Brasileira) e até de Juliette Gréco, a cantora e atriz francesa que ele fez virar musa














Três retratos de brasileiros: misto de técnica e rigidez formal em cenas memoráveis com os irmãos sertanistas Villas-Boas (solenemente contatando índios), Portinari (de charuto e camiseta à la Picasso, primeiro ensaio para O Cruzeiro) e o maestro Villa-Lobos em casa, de pantufas e calça de pijama











Jean Manzon (Paris, 2 de fevereiro de1915 — Reguengos de Monsaraz, 1 de julho de 1990)

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Até Quando? Por Eduardo Galeano

Há dois anos Eduardo Galeano, escritor e jornalista uruguaio, escreveu esse texto sobre a agressão de Israel ao Líbano.




Até quanto continuaremos a aceitar que este mundo enamorado da morte é nosso único mundo possível?

Até quando os horrores continuarão a ser chamados de erros?

Esta carnificina de civis começou a partir do seqüestro de um soldado. Até quando o seqüestro de um soldado israelense poderá justificar o seqüestro da soberania palestina?

Até quando o seqüestro de dois soldados israelenses poderá justificar o seqüestro de todo o Líbano?

A caça aos judeus foi, durante séculos, o esporte preferido dos europeus. Em Auschwitz desembocou um antigo rio de espantos, que havia atravessado toda a Europa. Até quando os palestinos e outros árabes continuarão a pagar por crimes que não cometeram? O Hezbolá não existia quando Israel arrasou o Líbano em suas invasões anteriores.

Até quando continuaremos a acreditar no conto do agressor agredido, que pratica o terrorismo porque tem direito de se defender do terrorismo? Iraque, Afeganistão, Palestina, Líbano… Até quando se poderá continuar a exterminar países impunemente?

As torturas de Abu Ghraib, que despertaram certo mal-estar universal, nada têm de novo para nós, os latino-americanos. Nossos militares aprenderam essas técnicas de interrogatório na Escola das Américas, que agora perdeu o nome, mas não as manhas. Até quando continuaremos aceitando que a tortura continue legitimando, como fez a Corte Suprema de Israel, em nome da legítima defesa da pátria?

Israel deixou de ouvir 46 recomendações da Assembléia Geral e de outros organismos das Nações Unidas. Até quando o governo israelense continuará a exercer o privilégio de ser surdo? As Nações Unidas recomendam, mas não decidem. Quando decidem, a Casa Branca impede que decidam porque tem direito de veto. A Casa Branca vetou, no Conselho de Segurança, 40 resoluções que condenavam Israel. Até quando as Nações Unidas continuarão a atuar como se fossem outro nome dos Estados Unidos? Desde que os palestinos foram desalojados de suas casas e despojados de suas terras muito sangue correu. Até quando continuará correndo sangue para que a força justifique o que o direito nega?

A história se repete, dia após dia, ano após ano, e um israelense morre para cada 10 árabes que morrem. Até quando a vida de cada israelense continuará valendo 10 vezes mais? Em proporção à população, os 50 mil civis, em sua maioria mulheres e crianças, mortos no Iraque equivalem a 800 mil americanos. Até quando continuaremos a aceitar, como se fosse costume, a matança de iraquianos, em uma guerra cega que esqueceu seus pretextos? Até quando continuará sendo normal que os vivos e os mortos sejam de primeira, segunda, terceira ou quarta categoria?

O Irã está desenvolvendo a energia nuclear. Até quando continuaremos a acreditar que isso basta para provar que um país é um perigo para a humanidade? A chamada comunidade internacional não se angustia em nada com o fato de Israel ter 250 bombas atômicas, embora seja um país que vive à beira de um ataque de nervos. Quem maneja o perigosímetro universal? Terá sido o Irã o país que lançou as bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki?

Na era da globalização, o direito de pressão pode mais do que o direito de expressão. Para justificar a ocupação ilegal de terras palestinas, a guerra se chama paz. Os israelenses são patriotas e os palestinos são terroristas, e os terroristas semeiam o alarme universal.

Até quando os meios de comunicação continuarão a ser receios de comunicação?

Esta matança de agora, que não é a primeira nem será, receio, a última, ocorre em silêncio? O mundo está mudo? Até quando seguirão soando em sinos de madeira as vozes da indignação?

Estes bombardeios matam crianças: mais de um terço das vítimas, não menos da metade. Os que se atrevem a denunciar isto são acusados de anti-semitismo. Até quando continuarão sendo anti-semitas os críticos dos crimes do terrorismo de Estado? Até quando aceitaremos esta extorsão? São anti-semitas os judeus horrorizados pelo que se faz em seu nome? São anti-semitas os árabes, tão semitas como os judeus? Por acaso não há vozes árabes para defender a pátria palestina e repudiar o manicômio fundamentalista?

Os terroristas se parecem entre si: os terroristas de Estado, respeitáveis homens de governo, e os terroristas privados, que são loucos soltos ou loucos organizados desde os tempos da Guerra Fria contra o “totalitarismo comunista”. E todos agem em nome de Deus, seja Deus, Alá ou Jeová. Até quando continuaremos a ignorar que todos os terrorismos desprezam a vida humana e que todos se alimentam mutuamente. Não é evidente que nesta guerra entre Israel e Hezbolá são civis, libaneses, palestinos, israelenses, os que choram os mortos? Não é evidente que as guerras do Afeganistão e do Iraque e as invasões de Gaza e do Líbano são incubadoras do ódio, que fabricam fanáticos em série?

Somos a única espécie animal especializada no extermínio mútuo. Destinamos US$ 2,5 bilhões, a cada dia, para os gastos militares. A miséria e a guerra são filhas do mesmo pai: como alguns deuses cruéis, come os vivos e os mortos. Até quanto continuaremos a aceitar que este mundo enamorado da morte é nosso único mundo possível?

Eduardo Galeano, escritor e jornalista uruguaio

* Publicado originalmente na Adital, pareceira estratégica do EcoDebate na socialização da informação.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Sao Paulo 1943

Filme sobre a cidade de São Paulo, feito pelo governo americano. Foi parte do esforço de guerra em 1943.
É uma peça de propaganda muito bem feita para ser divulgada nos EUA.
Com a entrada dos EUA na guerra, depois de Pearl Harbor, a situação do mundo pendia mais para o Eixo, no Brasil chamado na época de "ROBERTO" (Roma, Berlim, Tokio); e os aliados não tinham mais onde obter matérias-primas pra a indústria de gu erra.
África, Ásia e Pacífico Sul estavam nas mãos do Eixo. Sobrava o Brasil. E foi assim que o Roosevelt veio ao Brasil negociar a participação do país do lado aliado.
Vargas, conhecido germanófilo, mas sob tremenda pressão popular, declarou guerra ao Eixo. A partir daí, os EUA fizeram uma enorme campanha para enaltecer e valorizar os países amigos do Hemisfério Sul, especialmente o Brasil, de onde saiu quase tudo que os aliados precisavam para manter a indústria de guerra em funcionamento, incluindo as bases aeronavais no nordeste, como em Natal e Fernando de Noronha, de onde saíram as primeiras invasões aliadas do Norte da África. Coube à MB a responsabilidade de escoltar comboios, o que de fato foi feito com poucas perdas para os aliados.
O filme em questão, sobre São Paulo em 1943, insere-se neste período; e a cidade e o Es tado são mostrados sob uma ótica tipicamente norte-americana. É um exemplo clássico de propaganda de esforço de guerra. É um filme para arquivar e, sobretudo, divulgar!

Take 6 LIVE - If We Ever

KIM MOLINERO




































Nasceu em Lisboa em 1954.

Exerce actividade nas áreas Financeira e Imobiliária como Economista. Autodidacta. Foi Jornalista. Faz Poesia, Fotografia e Escultura.

Em 1970 começou a pintar aguarelas que vendia na Nazaré, Lagos e Albufeira. Recomeçou 3 décadas depois com a força de uma maturidade de ideias e vontade de exprimir o que lhe vai na mente, para que a memória nunca se apague e o tributo perdure... pela arte!

Em arte não há pressas... apenas a criatividade e a sua forma de ver as coisas e o Mundo espelhando um poema em palavras não ditas em tela.




To be Plastic Artist for Passion to the Art!

He was born in Lisbon, in 1954.
Being an Economist he has always worked in the Finance and Estate areas. He is a self-taught man in both plastic and visual art.
He was a journalist and wrote for different newspapers.
He is a poet and also a photographer. He is also a sculptor.
In 1970 he started to paint watercolours wich he used to sell on the streets in Nazaré, Lagos and Albufeira. Hitchhiking he got rides to those places whose landscapes he painted.
In 2005 he painted watercolours, pastels, acrylics and oils and with the help of enthusiastic friends, who commissioned some works, he got strength, maturity and will to exprerss the ideas in his mind and soul. Never let the memory fade and carry on, that is his motto: love for art is everything!
Nowadays he tries to be in friendly terms with life, colour, emotion, surrounded by the tenderness of those who cherish him. His works reflect his message and his knowledge, they share experiences and emotion.

In Art there is no .......ust creativity and the way one looks at life and the World.
The words that are not written on his paintings are a poem.

http://kimmolinero.artelista.com

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Trecho do Livro, Comer, Rezar, Amar, de Elizabeth Gilbert



Turismo na essência


Há trinta semanas na lista dos mais vendidos, Comer, Rezar, Amar, da jornalista americana Elizabeth Gilbert, de 39 anos, narra a jornada gastronômica-espiritual-sexual da autora por três países – ou por três simpáticos estereótipos – Itália, Indonésia e Índia.



Eu queria que Giovanni me beijasse.

Ah, mas são tantos os motivos que fariam disso uma péssima idéia... Para começar, Giovanni é dez anos mais novo do que eu, e – como a maior parte dos rapazes italianos de vinte e poucos anos – ainda mora com a mãe. Só esses dois fatos já fazem dele um parceiro romântico improvável para mim, já que sou uma americana de trinta e poucos anos que trabalha, acaba de passar por um casamento falido e por um divórcio arrasador e interminável, imediatamente seguido por um caso de amor apaixonado que terminou com uma dolorosa ruptura. Todas essas perdas, uma atrás da outra, deixaram em mim uma sensação de tristeza e fragilidade, e a impressão de ter mais ou menos 7 mil anos de idade. Por uma simples questão de princípios, eu não imporia essa minha pessoa desanimada, derrotada e velha ao adorável, inocente Giovanni. Sem falar que eu finalmente havia chegado à idade em que uma mulher começa a questionar se a maneira mais sensata de superar a perda de um lindo rapaz de olhos castanhos é mesmo levar outro para sua cama imediatamente. É por isso que já faz muitos meses que estou sozinha. É por isso, na verdade, que decidi passar este ano inteiro sozinha.

Diante do que o observador mais arguto poderá perguntar: "Então por que você veio para a Itália?"

E tudo que posso responder – sobretudo quando olho para o belo Giovanni do outro lado da mesa – é: "Boa pergunta."

Giovanni é meu parceiro de intercâmbio de línguas. Isto pode parecer uma insinuação, mas infelizmente não é. Tudo o que realmente significa é que nós nos encontramos algumas noites por semana aqui em Roma para praticar o idioma um do outro. Primeiro conversamos em italiano, e ele é paciente comigo; em seguida, conversamos em inglês, e eu sou paciente com ele. Descobri Giovanni algumas semanas depois de ter chegado a Roma, graças ao grande cybercafé da Piazza Barbarini, do outro lado da rua, em frente àquele chafariz com a escultura de um homem com rabo de peixe soprando sua concha. Ele (Giovanni, não o homem com rabo de peixe) fixara um anúncio no quadro de avisos explicando que um italiano nativo estava procurando alguém que falasse inglês para treinar conversação nas duas línguas. Logo ao lado do seu anúncio havia outro com o mesmo pedido, absolutamente idêntico em cada palavra, e até na fonte usada. A única diferença era a informação para contato. Um dos anúncios trazia o endereço eletrônico de um tal Giovanni; o outro tinha o nome de um tal Dario. Mas até o número do telefone residencial era o mesmo.

Usando meus aguçados poderes de intuição, mandei um e-mail para os dois homens ao mesmo tempo, perguntando, em italiano: "Será que vocês são irmãos?"

Foi Giovanni quem respondeu com este texto muito provocativo: "Melhor ainda. Gêmeos!"

Sim – muito melhor. Gêmeos idênticos de 25 anos, altos, morenos e lindos, conforme vim a descobrir, com aqueles gigantescos olhos castanhos de pupilas líquidas que os italianos têm e que simplesmente me tiram o chão. Depois de conhecer os rapazes pessoalmente, comecei a me perguntar se por acaso eu deveria ajustar um pouquinho minha regra quanto a permanecer solteira durante este ano. Por exemplo, talvez eu pudesse permanecer totalmente solteira exceto pelo fato de ter dois lindos irmãos italianos de 25 anos como amantes. Isso me lembrava um pouco um amigo meu que é vegetariano, mas come bacon, e no entanto… Eu já estava escrevendo a minha carta para o fórum de alguma revista masculina:

Em meio à penumbra bruxuleante iluminada pelas velas do café romano, era impossível dizer de quem eram as mãos que acariciavam…

Mas não.

Não, não, não.

Interrompi a fantasia no meio. Aquele não era o momento para eu arrumar uma história de amor e (conseqüência óbvia e inevitável) complicar ainda mais minha já tão enrolada vida. Aquele era o momento para eu procurar o tipo de cura e paz que só podem vir da solidão.

De todo modo, àquela altura, em meados de novembro, o tímido e estudioso Giovanni e eu já havíamos nos tornado grandes amigos. Quanto a Dario – o mais extrovertido e festeiro dos dois irmãos –, eu o apresentei à minha encantadora amiguinha sueca, Sofie, e o modo como eles têm compartilhado as suas noites em Roma é outro tipo completamente diferente de intercâmbio. Mas Giovanni e eu só fazemos conversar. Bom, comer e conversar. Já faz várias agradáveis semanas que temos comido e conversado, dividindo pizzas e gentis correções gramaticais, e a noite de hoje não foi nenhuma exceção. Uma noite maravilhosa regada a novos idiomas e mozzarella fresca.

Agora é meia-noite e o tempo está enevoado, e Giovanni me acompanha até meu apartamento por aquelas ruelas de Roma que serpenteiam de forma natural em volta dos antigos prédios como pequenos riachos coleando ao redor das sombras formadas pelos densos bosques de ciprestes. Agora estamos diante da minha porta. Estamos de frente um para o outro. Ele me dá um abraço caloroso. A coisa já evoluiu; durante as primeiras semanas, ele só fazia apertar minha mão. Acho que, se eu ficasse na Itália por mais três anos, poderia até ser que ele tomasse coragem para me beijar. Por outro lado, ele poderia simplesmente me beijar agora mesmo, esta noite, aqui mesmo junto à minha porta… ainda há uma chance… quero dizer, nossos corpos estão colados sob o luar… e é claro que isso seria um erro terrível… mas mesmo assim o fato de ele poder realmente fazer isso agora é uma possibilidade tão maravilhosa… ele poder simplesmente se curvar… e… e…

Que nada.

Ele solta o abraço.

– Boa-noite, cara Liz – diz ele.

– Buona notte, caro mio – respondo. Subo as escadas até meu apartamento no quarto andar, sozinha. Entro no meu pequenino quitinete, sozinha. Fecho a porta atrás de mim. Mais uma noite solitária em Roma. Mais uma longa noite de sono pela frente, sem ninguém nem nada na minha cama a não ser uma pilha de guias de conversação e dicionários de italiano.

Estou sozinha, inteiramente sozinha, completamente sozinha.

Ao absorver essa realidade, largo minha bolsa, caio de joelhos e encosto a testa no chão. Ali, ofereço ao universo uma fervorosa oração de agradecimento.

Primeiro, em inglês.

Em seguida, em italiano.

E então – só para ter certeza – em sânscrito.



Estação Veja

domingo, 25 de janeiro de 2009

São Paulo 455 anos

25 de Janeiro - Aniversário da Cidade de São Paulo - SP


Sampa - Caetano Veloso





























Parabéns SAMPA a cidade de todos !!!!

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Voltaire: sobre o fanatismo


Salvador Dali

Voltaire: sobre o fanatismo

Entende-se hoje por fanatismo uma loucura religiosa, sombria e cruel. É uma doença do espírito que se pega como a varíola. Os livros a comunicam bem menos que as assembleias e os discursos. Raramente alguém se excita ao ler, pois então pode ter o senso ponderado. Mas quando um homem ardente e de uma imaginação forte fala a imaginações fracas, seus olhos estão em fogo e esse fogo se comunica: seus tons, seus gestos abalam todos os nervos dos auditores. Ele grita: Deus te olha, sacrifica o que é apenas humano: combate os combates do senhor [lê-se na Bíblia: proeliare bella Domini (I. Reg. XVIII, 17)]: e vai-se combater.
O fanatismo está para a superstição como o delírio para a febre, como a fúria para a cólera.
Aquele que tem êxtases e visões, e que toma os sonhos por realidades, e suas imaginações por profecias é um fanático noviço que dá grandes esperanças: poderá em breve matar pelo amor de Deus.


De: VOLTAIRE. "Fanatisme". In: Dictionnaire de la pensée de Voltaire par lui même. Paris: Éditions complexe, 1994.

ACONTECIMENTOS ,BLOG DE ANTONIO CICERO: poesia, arte, filosofia, crítica, literatura, política

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Cantora LUA

Janeiro em Curitiba, dia frio , e a minha praia é uma boa livraria e uma ótima música, fui até a Fenac e tive uma maravilhosa surpresa , a cantora Lua estava apresentando um Pocket Show do seu disco homônimo. Considerada uma das mais promissoras vozes da nova geração da MPB, a brasiliense radicada em São Paulo, mas que começou a carreira em Florianópolis e gravou o disco em Salvador, Lua veio mostrar um pouco dessa agradável e, ao mesmo tempo, forte mistura de estilos. Com um swing delicioso ,e uma simpatia contagiante..Se vc ainda não conhece eu recomendo.


Release eletrônico da cantora Lua, contendo cenas da gravacão do disco, ensaios e shows.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Discurso de posse do presidente dos EUA, Barack Obama.



Meus caros concidadãos

Estou aqui hoje humildemente diante da tarefa que temos pela frente, grato pela confiança que vocês depositaram em mim, ciente dos sacrifícios suportados por nossos ancestrais. Agradeço ao presidente Bush pelos serviços que prestou à nação, assim como pela generosidade e a cooperação que ele demonstrou durante esta transição.

Quarenta e quatro americanos já fizeram o juramento presidencial. As palavras foram pronunciadas durante marés ascendentes de prosperidade e nas águas plácidas da paz. Mas de vez em quando o juramento é feito entre nuvens carregadas e tempestades violentas. Nesses momentos, a América seguiu em frente não apenas por causa da visão ou da habilidade dos que ocupavam os altos cargos, mas porque nós, o povo, permanecemos fiéis aos ideais de nossos antepassados e leais aos nossos documentos fundamentais.

Assim foi. Assim deve ser para esta geração de americanos.

Que estamos em meio a uma crise hoje é bem sabido. Nossa nação está em guerra, contra uma ampla rede de violência e ódio. Nossa economia está gravemente enfraquecida, uma consequência da cobiça e da irresponsabilidade de alguns, mas também de nosso fracasso coletivo em fazer escolhas difíceis e preparar o país para uma nova era. Lares foram perdidos; empregos, cortados; empresas, fechadas. Nosso sistema de saúde é caro demais; nossas escolas falham para muitos; e cada dia traz novas evidências de que os modos como usamos a energia reforçam nossos adversários e ameaçam nosso planeta.

Esses são indicadores de crise, sujeitos a dados e estatísticas. Menos mensurável, mas não menos profundo, é o desgaste da confiança em todo o nosso país -- um temor persistente de que o declínio da América é inevitável, e que a próxima geração deve reduzir suas perspectivas.

Hoje eu lhes digo que os desafios que enfrentamos são reais. São sérios e são muitos. Eles não serão resolvidos facilmente ou em um curto período de tempo. Mas saiba disto, América -- eles serão resolvidos.

Neste dia, estamos reunidos porque escolhemos a esperança acima do medo, a unidade de objetivos acima do conflito e da discórdia.

Neste dia, viemos proclamar o fim dos sentimentos mesquinhos e das falsas promessas, das recriminações e dos dogmas desgastados que por tanto tempo estrangularam nossa política.

Ainda somos uma nação jovem, mas, nas palavras da escritura, chegou o tempo de pôr de lado as coisas infantis. Chegou o tempo de reafirmar nosso espírito resistente; de escolher nossa melhor história; de levar adiante esse dom precioso, essa nobre ideia, transmitida de geração em geração: a promessa dada por Deus de que todos são iguais, todos são livres e todos merecem a oportunidade de perseguir sua plena medida de felicidade.

Ao reafirmar a grandeza de nossa nação, compreendemos que a grandeza nunca é um fato consumado. Deve ser merecida. Nossa jornada nunca foi de tomar atalhos ou de nos conformar com menos. Não foi um caminho para os fracos de espírito -- para os que preferem o lazer ao trabalho, ou buscam apenas os prazeres da riqueza e da fama. Foram, sobretudo, os que assumem riscos, os que fazem coisas -- alguns célebres, mas com maior frequência homens e mulheres obscuros em seu labor, que nos levaram pelo longo e acidentado caminho rumo à prosperidade e à liberdade.

Por nós, eles empacotaram seus poucos bens terrenos e viajaram através de oceanos em busca de uma nova vida.

Por nós, eles suaram nas oficinas e colonizaram o Oeste; suportaram chicotadas cortantes e lavraram a terra dura.

Por nós, eles lutaram e morreram, em lugares como Concord e Gettysburg, na Normandia e em Khe Sahn.

Incansavelmente, esses homens e mulheres lutaram, se sacrificaram e trabalharam até ralar as mãos para que pudéssemos ter uma vida melhor. Eles viam a América como algo maior que a soma de nossas ambições individuais; maior que todas as diferenças de nascimento, riqueza ou facção.

Esta é a jornada que continuamos hoje. Ainda somos a nação mais próspera e poderosa da Terra. Nossos trabalhadores não são menos produtivos do que quando esta crise começou. Nossas mentes não são menos criativas, nossos produtos e serviços não menos necessários do que foram na semana passada, no mês passado ou no ano passado. Nossa capacidade continua grande. Mas nosso tempo de repudiar mudanças, de proteger interesses limitados e de protelar decisões desagradáveis -- esse tempo certamente já passou. A partir de hoje, devemos nos reerguer, sacudir a poeira e começar novamente o trabalho de refazer a América.

Para todo lugar aonde olharmos há trabalho a ser feito. A situação da economia pede ação ousada e rápida, e vamos agir -- não apenas para criar novos empregos, mas depositar novas bases para o crescimento. Vamos construir estradas e pontes, as redes elétricas e linhas digitais que alimentam nosso comércio e nos unem. Vamos restabelecer a ciência a seu devido lugar e utilizar as maravilhas da tecnologia para melhorar a qualidade dos serviços de saúde e reduzir seus custos. Vamos domar o sol, os ventos e o solo para movimentar nossos carros e fábricas. E vamos transformar nossas escolas, colégios e universidades para suprir as demandas de uma nova era. Tudo isso nós podemos fazer. E tudo isso faremos.Os passos da posse
MEMÓRIA

Agora, há alguns que questionam a escala de nossas ambições -- que sugerem que nosso sistema não pode tolerar um excesso de grandes planos. Suas memórias são curtas. Pois eles esqueceram o que este país já fez; o que homens e mulheres livres podem conseguir quando a imaginação se une ao objetivo comum, e a necessidade à coragem.

O que os cínicos não entendem é que o chão se moveu sob eles -- que as discussões políticas mofadas que nos consumiram por tanto tempo não servem mais. A pergunta que fazemos hoje não é se nosso governo é grande demais ou pequeno demais, mas se ele funciona -- se ele ajuda as famílias a encontrar empregos com salários decentes, tratamentos que possam pagar, uma aposentadoria digna. Quando a resposta for sim, pretendemos seguir adiante. Quando a resposta for não, os programas terminarão. E aqueles de nós que administram os dólares públicos terão de prestar contas -- gastar sabiamente, reformar os maus hábitos e fazer nossos negócios à luz do dia -- porque somente então poderemos restaurar a confiança vital entre uma população e seu governo.

Tampouco enfrentamos a questão de se o mercado é uma força do bem ou do mal. Seu poder de gerar riqueza e expandir a liberdade é inigualável, mas esta crise nos lembrou de que sem um olhar vigilante o mercado pode sair do controle -- e que uma nação não pode prosperar por muito tempo quando favorece apenas os prósperos. O sucesso de nossa economia sempre dependeu não apenas do tamanho de nosso Produto Interno Bruto, mas do alcance de nossa prosperidade; de nossa capacidade de estender oportunidades a todos os corações dispostos -- não por caridade, mas porque é o caminho mais certeiro para o nosso bem comum.

Quanto a nossa defesa comum, rejeitamos como falsa a opção entre nossa segurança e nossos ideais. Nossos pais fundadores, diante de perigos que mal podemos imaginar, redigiram uma carta para garantir o regime da lei e os direitos do homem, uma carta expandida pelo sangue de gerações. Aqueles ideais ainda iluminam o mundo, e não vamos abandoná-los em nome da conveniência. E assim, para todos os outros povos e governos que nos observam hoje, das maiores capitais à pequena aldeia onde meu pai nasceu: saibam que a América é amiga de toda nação e de todo homem, mulher e criança que busque um futuro de paz e dignidade, e que estamos prontos para liderar novamente.

Lembrem que as gerações passadas enfrentaram o fascismo e o comunismo não apenas com mísseis e tanques, mas com sólidas alianças e convicções duradouras. Elas compreenderam que somente nossa força não é capaz de nos proteger, nem nos dá o direito de fazer o que quisermos. Pelo contrário, elas sabiam que nosso poder aumenta através de seu uso prudente; nossa segurança emana da justeza de nossa causa, da força de nosso exemplo, das qualidades moderadoras da humildade e da contenção.

Somos os mantenedores desse legado. Conduzidos por esses princípios mais uma vez, podemos enfrentar essas novas ameaças que exigem um esforço ainda maior -- maior cooperação e compreensão entre as nações. Vamos começar de maneira responsável a deixar o Iraque para sua população, e forjar uma paz duramente conquistada no Afeganistão. Com antigos amigos e ex-inimigos, trabalharemos incansavelmente para reduzir a ameaça nuclear e reverter o espectro do aquecimento do planeta. Não pediremos desculpas por nosso modo de vida, nem vacilaremos em sua defesa, e aos que buscam impor seus objetivos provocando o terror e assassinando inocentes dizemos hoje que nosso espírito está mais forte e não pode ser dobrado; vocês não podem nos superar, e nós os derrotaremos.

Pois sabemos que nossa herança de colcha de retalhos é uma força, e não uma fraqueza. Somos uma nação de cristãos e muçulmanos, judeus e hindus -- e de descrentes. Somos formados por todas as línguas e culturas, saídos de todos os cantos desta Terra; e como provamos o sabor amargo da guerra civil e da segregação, e emergimos daquele capítulo escuro mais fortes e mais unidos, só podemos acreditar que os antigos ódios um dia passarão; que as linhas divisórias logo se dissolverão; que, conforme o mundo se tornar menor, nossa humanidade comum se revelará; e que a América deve exercer seu papel trazendo uma nova era de paz.

Ao mundo muçulmano, buscamos um novo caminho à frente, baseado no interesse mútuo e no respeito mútuo. Para os líderes de todo o mundo que buscam semear conflito, ou culpam o Ocidente pelos males de sua sociedade -- saibam que seu povo os julgará pelo que vocês podem construir, e não pelo que vocês destroem. Para os que se agarram ao poder através da corrupção e da fraude e do silenciamento dos dissidentes, saibam que vocês estão no lado errado da história; mas que lhes estenderemos a mão se quiserem abrir seu punho cerrado.

Aos povos das nações pobres, prometemos trabalhar ao seu lado para fazer suas fazendas florescer e deixar fluir águas limpas; alimentar corpos famintos e nutrir mentes famintas. E para as nações como a nossa, que gozam de relativa abundância, dizemos que não podemos mais suportar a indiferença pelos que sofrem fora de nossas fronteiras; nem podemos consumir os recursos do mundo sem pensar nas consequências. Pois o mundo mudou, e devemos mudar com ele.

Ao considerar o caminho que se desdobra a nossa frente, lembramos com humilde gratidão daqueles bravos americanos que, nesta mesma hora, patrulham desertos longínquos e montanhas distantes. Eles têm algo a nos dizer hoje, assim como os heróis caídos que repousam em Arlington sussurram através dos tempos. Nós os honramos não só porque são os guardiões de nossa liberdade, mas porque eles personificam o espírito de servir; a disposição para encontrar significado em algo maior que eles mesmos. No entanto, neste momento -- um momento que definirá uma geração -- é exatamente esse espírito que deve habitar em todos nós.

Pois por mais que o governo possa fazer e deva fazer, afinal é com a fé e a determinação do povo americano que a nação conta. É a bondade de hospedar um estranho quando os diques se rompem, o altruísmo de trabalhadores que preferem reduzir seus horários a ver um amigo perder o emprego, que nos fazem atravessar as horas mais sombrias. É a coragem do bombeiro para subir uma escada cheia de fumaça, mas também a disposição de um pai a alimentar seu filho, o que finalmente decide nosso destino.

Nossos desafios podem ser novos. Os instrumentos com que os enfrentamos podem ser novos. Mas os valores de que depende nosso sucesso -- trabalho duro e honestidade, coragem e justiça, tolerância e curiosidade, lealdade e patriotismo -- essas são coisas antigas. São coisas verdadeiras. Elas têm sido a força silenciosa do progresso durante toda a nossa história. O que é exigido de nós hoje é uma nova era de responsabilidade -- um reconhecimento, por parte de todos os americanos, de que temos deveres para nós mesmos, nossa nação e o mundo, deveres que não aceitamos resmungando, mas sim agarramos alegremente, firmes no conhecimento de que não há nada tão satisfatório para o espírito, tão definidor de nosso caráter, do que dar tudo o que podemos em uma tarefa difícil.

Esse é o preço e a promessa da cidadania.

Essa é a fonte de nossa confiança -- o conhecimento de que Deus nos chama para moldar um destino incerto.

Esse é o significado de nossa liberdade e nosso credo -- a razão por que homens e mulheres e crianças de todas as raças e todas as fés podem se unir em comemoração neste magnífico espaço, e por que um homem cujo pai, menos de 60 anos atrás, talvez não fosse atendido em um restaurante local hoje pode se colocar diante de vocês para fazer o juramento mais sagrado.

Por isso vamos marcar este dia com lembranças, de quem somos e do longo caminho que percorremos. No ano do nascimento da América, no mês mais frio, um pequeno bando de patriotas se amontoava junto a débeis fogueiras nas margens de um rio gelado. A capital fora abandonada. O inimigo avançava. A neve estava manchada de sangue. No momento em que o resultado de nossa revolução era mais duvidoso, o pai de nossa nação ordenou que estas palavras fossem lidas para o povo:

"Que seja dito ao mundo futuro ... que na profundidade do inverno, quando nada exceto esperança e virtude poderiam sobreviver ... que a cidade e o país, alarmados diante de um perigo comum, avançaram para enfrentá-lo".

A América, diante de nossos perigos comuns, neste inverno de nossa dificuldade, vamos nos lembrar dessas palavras atemporais. Com esperança e virtude, vamos enfrentar mais uma vez as correntes geladas, e suportar o que vier. Que seja dito pelos filhos de nossos filhos que quando fomos testados nos recusamos a deixar esta jornada terminar, não viramos as costas nem vacilamos; e com os olhos fixos no horizonte e com a graça de Deus sobre nós, levamos adiante o grande dom da liberdade e o entregamos em segurança às futuras gerações.

Tradução: Luiz Roberto Mendes Gonçalves


«Deverá alguma vez o cidadão, por um momento que seja, entregar a sua consciência ao legislador? (…)Devemos ser homens primeiro que tudo, só depois súditos.»Henry Thoreau

Congratulations, Mr. President.




-Lyrics-



It was a creed written into the founding documents that declared the destiny of a nation.

Yes we can.

It was whispered by slaves and abolitionists as they blazed a trail toward freedom.

Yes we can.

It was sung by immigrants as they struck out from distant shores and pioneers who pushed westward against an unforgiving wilderness.

Yes we can.

It was the call of workers who organized; women who reached for the ballots; a President who chose the moon as our new frontier; and a King who took us to the mountaintop and pointed the way to the Promised Land.

Yes we can to justice and equality.

Yes we can to opportunity and prosperity.

Yes we can heal this nation.

Yes we can repair this world.

Yes we can.

We know the battle ahead will be long, but always remember that no matter what obstacles stand in our way, nothing can stand in the way of the power of millions of voices calling for change.

We have been told we cannot do this by a chorus of cynics...they will only grow louder and more dissonant ........... We've been asked to pause for a reality check. We've been warned against offering the people of this nation false hope.

But in the unlikely story that is America, there has never been anything false about hope.

Now the hopes of the little girl who goes to a crumbling school in Dillon are the same as the dreams of the boy who learns on the streets of LA; we will remember that there is something happening in America; that we are not as divided as our politics suggests; that we are one people; we are one nation; and together, we will begin the next great chapter in the American story with three words that will ring from coast to coast; from sea to shining sea --

Yes. We. Can.

Guest appearances -

will.i.am - 0:01
Scarlett Johansson - 0:05
Kareem Abdul-Jabbar - 0:21
Common - 0:23
John Legend - 0:32
Bryan Greenberg (guitar) - 0:37
Kate Walsh - 0:44
Tatyana Ali - 0:44
Harold Perrineau, Jr. - 0:49
Aisha Tyler - 1:01
Samuel Page - 1:03
Enrique Murciano - 1:07 "Si, podemos" - 1:17
Maya Rubin - 1:08 "כן אנו יכולים (Qen Annu Yecholim)" (Hebrew)
Esthero - 1:10
Eric Balfour - 1:23
Nicole Scherzinger - 1:30
Taryn Manning - 1:40
Amber Valletta - 1:52
Auden McCaw (in Valetta's arms) - 1:52
Kelly Hu - 1:52
Adam Rodríguez - 1:56 "Sí se puede"
Eric Christian Olsen - 2:02
Sarah Wright - 2:02
Shoshannah Stern (American Sign Language) - 2:05
Ed Kowalczyk (guitar) - 2:19
Fonzworth Bentley (violin) - 2:38
Amaury Nolasco - 3:24
Hill Harper - 3:27
Nick Cannon - 3:36
Herbie Hancock (piano) - 3:41
Johnathon Schaech - 3:45
Austin Nichols - 3:50
Tracee Ellis Ross - 4:00
Fred Goldring (guitar) - 4:03
Anson Mount
Alfonso Ribeiro
Cliff Collins
Vera Farmiga